domingo, 1 de abril de 2012

Ciência da massagem

Pesquisadores do Canadá encontraram uma explicação científica em nível celular para a eficácia da massagem no alívio da dor e na recuperação muscular.

Massagistas agora poderão dizer, com base científica, por que a atividade que exercem funciona no alívio da dor e na recuperação muscular. E isso
tem a ver com ‘ligar’ e ‘desligar’ genes, segundo estudo.
Parte dos profissionais de saúde vê a massagem com ceticismo – afinal, qual a base científica para os tais benefícios relatados? Porém, não faltam
relatos sobre os benefícios e a eficácia da técnica em sua ação contra a dor.
Agora, veio a público o que parece ser a primeira explicação científica em nível celular para a massagem. E a história das razões do estudo –
relatada pelo serviço noticioso ScienceNow (01/02/12) – começa quando Mark Tarnopolsky, da Universidade McMaster (Canadá), passou a se
submeter a massagens por indicação médica, depois de acidente esportivo.
Veio a público o que parece ser a primeira explicação científica em nível celular para a massagem
O fato de as sessões trazerem alívio para a dor chamou a atenção do pesquisador. Haveria base celular para o que ele sentia? Tanopolsky,
coincidentemente, trabalha com metabolismo celular.
O cientista reuniu colegas e decidiu investigar. Arrebanharam-se 11 jovens, submetidos a exercícios extenuantes. Dez minutos depois da prática
esportiva (pedalar), uma das pernas foi submetida a massagem.
Os pesquisadores colheram amostras do quadríceps (músculo da parte anterior da coxa) das duas pernas em três ocasiões: antes do exercício, 10
minutos depois e 3h mais tarde.
Primeiramente, eles constataram o que já se sabia: depois do exercício, as células apresentam mais evidências de inflamação e de sinais de
autorreparo dos danos do que antes.
A surpresa veio quando se analisaram as células do tecido massageado: elas tinham 30% a mais de genes reparadores envolvidos no processo de
transformar nutrientes em energia, bem como 300% menos de proteínas que ‘ligam’ genes envolvidos na inflamação.
Simplificadamente: os genes reparadores estavam ‘ligados’ e os relacionados à inflamação ‘desligados’.
Quanto à crença de que a massagem difunde, para outras regiões, o ácido lático do músculo dolorido, a equipe não achou evidências – esse, até
agora, era o argumento ‘científico’ mais usado para justificar os efeitos da massagem.
O estudo foi publicado on-line na revista Science Translational Medicine.


 FONTE: 
Cássio Leite Vieira, 
Ciência Hoje/ RJ, 
Texto originalmente publicado na CH 290 (março de 2012).

Imagens:Internet. 
http://www.lufisio.com.br

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